terça-feira, 3 de março de 2009

O BOM É TER PERGUNTAS

MORFINO: Você sempre diz que acabou de encontrar uma resposta para um pergunta. Você vive atrás de respostas?
REIFF: Não, eu estou sempre atrás de perguntas? Eu tenho um filho de 3 anos puxou o pai: faz perguntas o tempo inteiro. Mas às vezes me vem à mente uma resposta inteirinha, pra uma pergunta que nem eu mesmo fiz. Aí eu penso: se eu criar uma pergunta pra essa resposta, vai parecer que eu sou inteligentíssimo. Ou muito inspirado. Porque quando a gente mais precisa das respostas na vida, elas sempre vêm depois. Na hora, fica aquele vazio. Aquela sensação de orfandade.

MORFINO: Como se o pai sempre tivesse as resposta?
REIFF: Talvez. Eu nunca esperava que meu pai não tivesse uma resposta pra alguma coisa. E se não tinha, ele inventava. Acho que arquétipo do pai traz um pouco dessa responsabilidade. A gente tem que saber. Mas o gostoso mesmo é perguntar. Por isso eu gosto das crianças.

MORFINO: A criança inventa respostas pra tudo também.
REIFF: Também. Elas têm uma extraordinária capacidade de fluir. De viajar. A gente vai perdendo isso com a vida, e a vida vai ficando chata, sem graça. Porque o bom mesmo é brincar. Eu quero poder me divertir cada vez mais com tudo que eu faço. Porque quando eu me divirto eu disponibilizo essa diversão pros outros. E como artista, eu me sinto na responsa de dar uma resposta à altura da consciência que eu ganhei. E essa consciência me diz que só perguntas fazem a coisa fluir.

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