segunda-feira, 23 de março de 2009

FAZER O QUE GOSTA

MORFINO: Eu me lembro de ter visto uma entrevista sua onde você se dizia suficientemente feliz por fazer o que gosta. A felicidade esté em se fazer o que gosta?
REIFF: A minha está. Quando eu estou fazendo arte, eu me sinto como se estivesse tateando Deus. É algo mágico. Sinto que se a pulsão artísitica passasse por mim e deixasse o rastro de uma estranha certeza. Um tipo de compreensão sobre as coisas.
A arte é a minha religião.

MORFINO: E o que é que você chama de arte?
REIFF: É algo que nos tira da razão, que faz de mim um servo do inconsciente coletivo. E que faz de mim um desmiolado (risos). Eu não consigo resistir às suas pulsões. À sua incandescência. Me sinto tomado. Entregue. Tudo o que eu tenho a fazer é deixar que ela ganhe vida fora de mim, que ganhe o seu merecido espaço, que é muito maior do que eu.

MORFINO: Então a felicidade não é simplesmente se fazer o que gosta, mas fazer arte?
REIFF: Eu desconfio de que quando alguém está fazendo algo em que realmente acredite, está fazendo algum tipo de arte. Acho que a felicidade é essa coisa da gente não resistir. Deixar os influxos da vida darem a nossa destinação.

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