quinta-feira, 26 de junho de 2008

PAIXÃO PELAS PALAVRAS

ALTEREGO: Como começou essa sua paixão pelo texto?
REIFF: Acho que começou junto com a própria alfabetização. Pra mim era uma coisa mágica ver uma estória brotar de uma folha de papel. Logo eu comecei a me interessar por obras literárias mais "pontuais", como a crônica, a prosa poética, o conto. Sempre fui muito hiperativo, com interesses múltiplos, então ficava difícil ler um romance, por exemplo.

ALTEREGO: E quais foram os autores importantes pra você?
REIFF: Rubem Braga, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Lourenço Diaféria, Flávio Rangel, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, Mário Quintana, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles...desde pequeno eu era amigo dessa gente.

ALTEREGO: E quando você começou a tomar gosto pela escrita?
REIFF: Meu pai teve uma importante influência. Éramos muito pequenos, quando ele inventou que, para ganharmos nosso dinheirinho semanal, deveríamos desenvolver uma "composição", sobre um tema previamente definido. Eu e meus irmãos estudávamos o assunto, escrevíamos o texto e depois tinhamos um feedback dele. Era um exercício maravilhoso. Comecei a gostar da coisa.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A VIDA ATÉ QUE FAZ SENTIDO

ALTEREGO: Por que essa necessidade de escrever?
REIFF: Quando eu escrevo, me vejo tomado por muitas vozes. É como se os meus limitados horizontes pessoais repentinamente se abrissem. Tem muita vida escondida na imaginação.

ALTEREGO: O que é necessário pra escrever?
REIFF: Há um tempo atrás eu achava que precisava estar sempre com o meu laptop a tiracolo, pra escrever quando sentisse necessidade. Hoje eu estou convencido de que escrever é uma coisa do olhar. Escrevo andando pelas ruas, sem nada nas mãos. Às vezes, acho que preciso anotar alguma coisa. Mas escrevo antes mesmo de anotar.
E anotar pode ser um memo de voz no celular.

ALTEREGO: Então o que é, essencialmente, escrever?
REIFF: É a transformação da realidade pela intervenção do observador. Eu dou o meu colorido pras coisas que vejo, e disponibilizo isso para que os outros possam ampliar suas percepções sobre as coisas. Escrevo com um cartum sem palavras, com uma performance de mímica, com uma foto. Qualquer linguagem artística serve à escrita.
O importante é a gente ter o que dizer.