quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

OLHAR GENUÍNO

MORFINO: Onde você quer chegar?
REIFF: Cada vez mais perto de onde estou. Eu me encanto quando estou conectado. Acho que todo artista tem uma profunda dificuldade de estar presente. A parada é viajar no que está rolando...É isso que eu busco.

MORFINO: Você se diria uma pessoa sem ambições?
REIFF: Em termos materiais, talvez. Preciso de muito pouco para ser feliz. Acho que a materialidade da vida nos distrai muito. Eu quero ter tempo para degustar o que está bem à minha frente.

MORFINO: E dá pra viver disso?
REIFF: Essa é a minha crença. Se exercitarmos o nosso olhar único a cada momento, teremos sempre algo muito fresco a oferecer, num mundo pasteurizado por tendências. Aos poucos eu vou provando que isso é possível.

MORFINO: Onde você se vê nessa jornada?
REIFF: Acho que andei bastante. O grande exercício é o desapego. Para estar presente, tudo deve ser deixado de lado. Estar aqui e agora é o maior desafio do ser humano. A pedra filosofal. O santo graal. É quando a gente se apropria da vida...Mas é uma vigilância constante...

MORFINO: E o que você faz com isso?
REIFF: Mudando a minha maneira de responder ao que me acontece, posso inspirar outras pessoas a encontrar novas referências. Mas a minha gratificação pessoal por viver mais leve é que mais me anima. 

MORFINO: Mas como é que você vive? Quem paga as suas contas?
REIFF: Essa é uma boa pergunta...(risos). Quando a gente está conectado, a gente tem um olhar de raio X sobre as coisas. E isso tem um valor muito grande. A gente consegue ver sutilezas, dessas que muito poucas pessoas vêem. Quando eu apresento um evento, me valho da conexão para oferecer um olhar genuíno, que encanta porque é novo. Quando escrevo um roteiro sobre qualquer assunto, me valho da minha experiência de outsider, de alguém que escolheu pensar fora das tendências. 

MORFINO: E como é que você treina esse estado de conexão?
REIFF: Eu costumo andar pela rua narrando silenciosamente as coisas que estou vendo. Assim essas coisas ganham vida e acordam o meu olhar. Observo muito. Permito-me fluir com os acidentes, que me colocam em novas rotas, sempre surpreendentes e encantadoras. É o improvável, o imprevisível, que transforma a vida numa aventura emocionante. Cada vez menos lamento as coisas que fogem ao meu controle...

MORFINO: O que você não faz mais?
REIFF: Brigar para estar certo. É sempre muita energia para um resultado pífio. Fluir é a parada. Ver como um barquinho de papel enfrenta a enxurrada. 


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

OLHAR PRO MUNDO NA VIAGEM QUE ELE É

MORINO: Todo escritor é viajandão?
REIFF: Todo pensador é viajandão. Pensar é viajar no planeta da filosofia. Que é o ideal.
MORINO; Você paga um preço disso?
REIFF: Com certeza. O mundo da ilusão será sempre mais bonito. Porque é você que o concebe como quer. É o seu desejo realizado. Se a gente fica muito lá, fica pouco cá. E tropeça, e quebra-coisas, e esbarra no diálogo dos outros...
MORFINO: O pior é desconectar, não é?
REIFF: Sim. A conexão é mágica. Quando a gente está em sintonia é do caralho. Muito mais legal do que uma viagem pessoal. Uma viagem a dois. Ou a mil, é muito mais divertida.
MORFINO: O artista tem uma dificuldade de sair de si, não tem?
REIFF: Acho que sim. Ele é dragado por sua viagem. É seduzido por ela. Como uma ninfa que canta uma música irresistível no seu ouvido...Mas quando ele deixa de ouvir, percebe que existe uma outra ninfa mostrando uma flor que está bem no vaso de flor à sua frente...Ou que está naquela prosa boa que está rolando e que você não tava lá, ou tava de corpo presente....
MORFINO: Você ficou mais conectado depois de velho?
REIFF: Depois de velho é sacanagem...Fiquei mais disponível com o passar dos anos. E vi o quanto eu havia perdido também. Porque a nossa viagem é boa, mas fica muito melhor com as que estão em torno...
MORFINO: Isso parece roteiro de clipe político. Você escreve?
REIFF: Se fosse pago pra fazer, escreveria sim. Eu não sei se teria as manhas de trabalhar como ator na campanha de alguém que eu não admirasse, por uma questão de coerência...mas fazer textos é o meu trabalho...e quanto a isso eu não posso ter preconceitos...
MORFINO: Não pode?
REIFF: Não quero. Acho muito interessante viajar em qualquer ponto de vista. O preconceito só nos tolhe pontos de vista...
MORFINO: Uma vez você disse que fazer roteiros era definir intenções...Quais são as suas intenções
REIFF: Eu quero cada vez mais estar lúcido. Olhar pro mundo na viagem que ele é.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

UM FILÓSOFO QUE EXPLICA TUDO

O Morfino é um filósofo que explica tudo. Ele sempre tem uma teoria explicativa, que pode não ser verdadeira, mas é no mínimo interessante. 
Aprendeu explicar observando as coisas. E percebendo que a vida não passa de boas explicações.
O Morfino é um sábio, ponderado, tem um humor de poucas palavras. Fala muito com os olhos, pelos quais radiografa a vida presente em cada momento. 
Para ilustrar pontos de vista, Morfino também dá vida a objetos. As vezes conversa com objetos, obtendo deles a sua visão de mundo. Uma caixinha de cigarro pode conversar com o filósofo, e todo mundo conseguirá enxergar vida nela.
Assim o filósofo é também um mágico, que dá vida a objetos inanimados, como um quebra-nozes que pode sair voando.
O Morfino diz que seu nome foi inspirado em Humor Fino. Mas há controvérsias. 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

DE OLHOS ATENTOS SE VIVE MOMENTOS

MORFINO: Como é que você consegue escrever para 8 blogs diferentes, coisas diferentes?
REIFF: Fazer é o de menos. O importante é não parar de ver. E pra ver a gente precisa estar bem. Então eu preciso viver bem pra ser bom. E viver bem é ter tempo para ver coisas. Senão a gente só olha pra um mesmo lado, que são as tendências...
MORFINO: Escrever é fácil
REIFF: Sim. Eu adoro escrever. Especialmente sobre as coisas que ninguém vê.  Ou que estão pouco interessados...Só não se pode ter medo de errar. Porque não há como.
MORFINO: Você acredita no acaso?
REIFF: Criei pra mim que o acaso é mágico. E sempre encontro essa magia. Pode ser coisa de roteirista.

A VERDADE DA FOTO OU A EDIÇÃO QUE VALORIZA?

MORFINO: Em nosso último encontro, você falou sobre transformar o recorte fotográfico numa peça gráfica. Eu queria abrir com uma pergunta: Você edita as fotografias, para elas ficarem mais gráficas e menos fotográficas?
REIFF: Essa já foi uma dúvida cruel pra mim: mexo na foto ou preservo a graça de mostrar a imagem como ela é? Acho que as duas coisas são possíveis. Se mexo na foto, aumentando o seu contraste, ou saturando, desfocando, usando filtros muito simples...de repente posso ter um meio termo. O contraste pode me permitir manter a verdade fotográfica e me dar destaque a alguma coisa que acrescente...por exemplo, posso mostrar um contraste berrante entre uma azeitona e um prato branco.
MORFINO: Você pode ampliar essas imagens e transformar em painéis que lembrem um quadro cubista, por exemplo....
REIFF: Exato. Normalmente fotografamos coisas. Agora queremos fotografar quadros cubistas, que podem aparecer na nossa frente quando uma azeitona está num prato branco, num jogo americano vermelho e um palito de dente amarelo sobre ele. Se eu aumentar o contraste, essas coisas vão pular, vão gritar. 
Eu sou a favor do filtro simples. A verdade, que inclui a do nosso olhar que edita tudo. Se buscarmos um quadro renascentista, a janela da cozinha pode contribuir com o seu olhar...

ERA SÓ MACARRÃO

MORFINO: O que é exatamente esse "mago do olhar"?
REIFF: Todos nós somos magos do olhar, se deixarmos o nosso olhar inquieto nos levar para os detalhes que fazem cada experiência inédita.
MORFINO: E qual é o treino?
REIFF: O treino é nos permitirmos abrir de pensamentos e nos conectarmos com o que está ao nosso lado.
MORFINO: Como você faz isso?
REIFF: Eu procuro olhar para as coisas pequenas, as quais normalmente nos passam despercebidas.
MORFINO: Agora por exemplo...
REIFF: Veja a composição gráfica formada pela borda dessa mesa redonda e o vermelho do piso em segundo plano. Ninguém fotografaria um canto de mesa porque compõe com o piso, porque o nosso olhar está treinado para ver a mesa, para ver o piso, o para não ver nenhuma dessas coisas por estar pensando...
MORFINO: Essa é a proposta da coletânea "olhares tortos"?
REIFF: Perfeito. Tudo depende do enquadramento. E os nossos enquadramentos enriquecem o olhar dos outros na medida em que forem essencialmente nossos. Que se apropriem de detalhes que apenas nós estamos vendo. 
MORFINO: Você pode dar um exemplo?
REIFF: O exemplo falará mais do que as minhas palavras, certamente.




sexta-feira, 30 de maio de 2014

REIFF: Se você fosse imortal, qual seria a sua falha imperdoável?
MORFINO: Só existe imortalidade para as ideias. E toda ideia, em si, é falha.
REIFF: A falibilidade integra o DNA da ideia de ideia?
MORFINO: É uma boa ilustração.  A ideia é falha ou falível porque não existe infalibilidade no plano do silêncio. Quando aparece uma ideia no mar de calma é sinal de que brotou vida ali. E vida é o desafio de superar falhas.
REIFF: Você acha que o mundo ideal seria em silêncio?
MORFINO: O silêncio é um bom preâmbulo para a quebra dele. Valoriza o que vem depois. A humanidade hoje passa por um processo de gritaria coletiva, onde ninguém mais se escuta. Está todo mundo querendo ser curtido mais do que curtir. 
REIFF: Muito show pra pouco espectador?
MORFINO: Sim. Um processo natural de descoberta. As pessoas estão se descobrindo com tantas ferramentas para exercitarem a sua criatividade. 
REIFF: Qualquer um hoje cria coisas legais até sem querer. Você acha que o computador nos trouxe a possibilidade de interlocução com o acaso?
MORFINO: Gostei dessa "interlocução com o acaso?" Isso é seu mesmo?
REIFF: (risos). Mas não é? O computador nos dá infinitas variáveis de interferência à nossa ideia. As experimentações randômicas nessa relação geram soluções inovadoras, instigantes... Eu gosto de bater fotos sem ter controle sobre o conteúdo. Aponto a máquina e bato. Ela me dá enquadramentos inusitados. Que eu não escolheria com base na minha "experiência".
MORFINO: O ser humano está experimentando o prazer desses acasos como se fossem mágicos, simplesmente porque isso os chama para a magia que rege todo acaso.
REIFF: Todo acaso é sábio?
MORFINO: A sabedoria é olhar para o que está acontecendo. Por ser inédita, essa química é mágica.
Encanta. Pessoas relaxadas ficam extremamente espirituosas. Porque podem ver o que está à sua frente e não o seu medo paralisante. A necessidade de acertarmos nos desequilibra. É como se tivéssemos que andar numa corda bamba carregando um monte de gente nas costas. A brincadeira é relaxar.
REIFF: E ser mais criativo...
MORFINO: E se divertir mais como o que aparece...Eu crio pra mim que o acaso é mágico, que é nele que está a pedra filosofal. Isso me ajuda a aceitar de pronto qualquer coisa que aconteça. 

AVARANDADO

Márcio Reiff vai até a casa do filósofo Morfino.

Ambos tomam lugar à sombra do avarandado, com uma caneca de chá de hortelã cada um.
 
A tarde de maio não tem nuvens. Uma brisa suave inspira alguns minutos de silêncio. 

Morfino derrama um pouco de chá sobre o piso avermelhado e observa as formigas se alvoroçando no entorno. 


terça-feira, 6 de maio de 2014

MORFINO e MARCIO se abraçam, como se não tivessem se cruzado no camarim. 
Ambos se sentam para responder as perguntas do público:



MÁRCIO: "Morfino, como é ser um palhaço que não ri"?
MORFINO: Pergunta pro Márcio.
MARCIO: O palhaço não foi feito pra rir. Ele nunca tem motivos pra rir. A platéia é quem deve ter.
MORFINO: Por que você ri pouco
MARCIO: Por não encontrar bons motivos para rir mais.
MARCIO: Você se sente um personagem idealizado?
MORFINO: E quem não é

Intervalos comerciais. Pule essa parte e vá logo para a entrevista seguinte. 

sábado, 3 de maio de 2014


FALANDO COM BOTÕES Os encontros podem ser rápidos. Sempre dialogados. Ilustrando o nosso baião de dois diário. As vozes que falam em nossas cabeças. 


veja também > http://papocosturado.blogspot.com.br/

domingo, 30 de março de 2014

ENTRE VISTAS

A tarde está fresca. Uma brisa suave ondula os cabelos.  Morfino e Márcio Reiff estão sentados numa mesa de boteco. O garçom é amigo dos dois. Sem contar pra ninguém, passou a mesa na frente. Amigos amigos, negócios à parte. 

MORFINO: Vou deixar o gravador ligado, porque quero aproveitar esse encontro pra te entrevistar.
REIFF: Eu tenho um certo medo das suas entrevistas. 
MORFINO: Dizem que amigo bom é o que te bota na parede. 
REIFF: É por isso que somos amigos. (risos)
MORFINO: Tem muita coisa sua que eu acho que você deveria estar sob efeito de psicotrópicos. É assim que você produz?
REIFF: O que eu produzo sob efeito de psicotrópicos eu mandarei diretamente pro Instituto Cannabis, no Canadá. E, oquei, às vezes eu publico, só pra saber se fico tão sem noção assim.
MORFINO: Dizem que você fica?
REIFF: Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza. 
MORFINO: Falar com metáforas é coisa do Lula. 
REIFF: Nem me fale. Eu votei nele. Mas vamos falar de coisas boas.
MORFINO: Você tem um filho adolescente, não é?
REIFF: Tem dias que ele está mais adolescente. Mas tem 8.
MORFINO: O que ele acha de ter um pai assim, tão fora da caixinha?
REIFF: Faça uma entrevista com ele. (risos)
MORFINO: Você criou o Projeto Nossa História a Gente Inventa, para crianças, faz ilustrações ingênuas, infantis, você gostaria de trabalhar só com crianças? E mais: você é a reencarnação do Peter Pan?
REIFF: (risos) Acho que sim. Estou ficando cada dia mais moleque com cara de tiozinho. Eu adoro inventar histórias com crianças, porque elas viajam mais facilmente. Mas levar esse espírito infantil pro mundo adulto é um desafio que me inspira...
MORFINO: E você faz o que com isso?
REIFF: Hoje eu me realizo muito com a banda OIO, que é uma banda aberta, não tem titulares fixos. São amigos que se encontram pra  falar sobre qualquer coisa, tendo a música como pano de fundo. 
MORFINO: É tudo uma improvisação?
REIFF: Sim. O que se requer é o exercício de somar olhares sobre qualquer coisa. Conhecendo outros olhares, a gente pode escolher. 

Começa a cair uma chuva de outono. O gravador é desligado.

quinta-feira, 20 de março de 2014

MORFINO: Um dia desses você disse numa entrevista para a Folha de São Paulo que o maior viciado é o olhar. É uma frase de efeito?

REIFF: Pode ser. Acho que o olhar viciado é o pai de todos os vícios. 

MORFINO: Você diria que as drogas em geral...

REIFF: São uma fuga pra o olhar viciado, que mata o ser humano de tédio. 

MORFINO: E tem salvação?

REIFF: Sacar mais os outros, porque a gente areja o olhar...eu diria...Observar detalhes das coisas, que vão além da observação automática.

MORFINO: E é fácil exercitar isso?

REIFF: É mais fácil quando a gente erra. Quando a gente se desvia sem querer de um caminho pretendido. Nessa hora a gente esbarra com algo novo. Em vez de lastimar o erro, a gente pode treinar o olhar pra valorizar essas novas percepções. 

MORFINO: Então você sugere que as pessoas errem de propósito?

REIFF: Numa percepção mais fina das coisas, todos nós erramos de propósito. Ainda o nosso olhar viciado não nos permita ver isso.
O humor ajuda muito.

MORFINO: Vamos falar sobre isso no programa FALANDO DE HUMOR?

REIFF: É um ótimo assunto! 




sábado, 8 de março de 2014

TALK SHOW COM PALHAÇO FILÓSOFO

Morfino é um palhaço metido a filósofo que entrevista seu criador, fazendo perguntas desconcertantes que só um palhaço é capaz de fazer.

MORFINO: Você diz que o humor está nos olhos, de quem faz ou de quem vê?
REIFF: De ambos. Quem faz humor propõe um novo ponto de vista, que só será visto por alguns. Eu diria que os seres humanos são tribos que se agrupam pelo olhar que tem das coisas.
MORFINO: O que enxerga o seu grupo?
REIFF:  Hoje todos nós temos facilidade de ter muitos grupos, porque a internet nos revela afinidades. É mais fácil a gente encontrar pessoas que se interessam pelas mesmas coisas, que compartilham os mesmos valores, enfim. Não tenho um grupo, mas vejo como denominador comum aos grupos que frequento a autenticidade. A inautenticidade está ficando careta.
MORFINO: Tem gente que te chama de “velho maconheiro”, qual é a sua autenticidade sobre esse assunto?
REIFF:  Se a pergunta é se eu fumo maconha a resposta é sim, e sempre que aparece numa roda de amigos. Não tenho comprado. Eu tenho uma tendência natural para viajar na maionese.  Fumado eu nunca consigo conter um turbilhão de ideias e acabo atropelando as pessoas. Mas é sacanagem me chamarem de velho, porque isso é foda. Um dia desses eu fui chamado pra fazer o teste de um comercial e a produtora me perguntou: “o senhor vai ser um dos velhinhos?”
MORFINO: (risos). Você fez 50 anos. Isso tá pegando?
REIFF: O que incomoda aos 50 é não estar pegando. (risos) Acho que a libido dá uma aquietada, a barriga teima em crescer, a gente tem muita paciência para algumas coisas e pouca para outras... Problemas de saúde começam a aparecer, como num carro velho. Eu estou um pouco inquieto sim. Parece que não vai mais dar tempo de eu fazer uma previdência privada.
MORFINO: Você tem medo de ir para o Recanto dos Artistas?
REIFF: Seria ótimo uma comunidade de artistas sem as frescuras do ego. Seria perfeito!

A entrevista só não continuou porque começou a chover e o palhaço Morfino derreteu.