sábado, 24 de janeiro de 2009

TRABALHO DE GRUPO

ALTEREGO: Você prefere trabalhar sozinho ou trabalhar em grupo?
REIFF: Depende. Eu sempre trabalhei muito sozinho porque sou movido pela ansiedade. Quero ver coisas acontecerem e não tenho recursos. Mas também às vezes eu quero ter uma coisa mais elaborada, antes de submeter a um processo grupal. Mas o fato é que eu tenho cada vez mais sentido necessidade de trabalhar em grupo. Em grupo, as idéias crescem e a gente também.

ALTEREGO: Você já trabalhou em grupo?
REIFF:Sim, mas em momentos que eu não tinha essa consciência sobre a mágica do trabalho em grupo. Sempre fui muito viajandão, o que atrapalhava muito o trabalho em equipe. Mas tenho cada vez mais descoberto esse prazer que é viajar na viagem do outro. Apreciando a diversidade a gente flui, se enriquece e se renova o tempo todo.


ALTEREGO: Uma vez você disse que trabalhava sozinho porque a arte tem um sentido de urgência. Como é se equalizar do timing de um grupo.
REIFF: Tudo é uma questão troca. Perde-se um pouco no timing, mas ganha-se na maturação. A gente perde o controle para descobrir que existem coisas muito interessantes além daquilo que a gente julgava ideal. Gosto de meter as caras nas mais diversas áreas que envolvem uma elaboração artística, mas pretendo cada vez mais trabalhar ao lado de especialistas, com quem eu tenha identificação. Um grupo afinado dá uma outra dimensão a qualquer proposta. Acho muito bom quando a gênese do conteúdo traz a contribuição de técnicos e profissionais que normalmente são pensados como operacionalizadores apenas. Hoje em dia ninguém mais quer só apertar parafuso. Todo mundo quer fazer da sua atividade uma forma de auto-expressão e de transcendência.

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