sábado, 6 de setembro de 2008

EGOS, VAIDADES E PERFUMARIAS

ALTEREGO: Um cara que dá uma autoentrevista só pode pensar que tem o rei na barriga. Você se acha?
REIFF: (risos)Não. Eu não me acho. Eu só me procuro. Tem uma frase que eu gosto muito: "Escrevo porque me vomito desde a alma, e me descubro no que vejo". É escrevendo que eu me encontro. E falando sobre valores, consigo identificar o que está por trás de todo o meu fazer artístico.
Tem outra frase minha que também se encaixa aqui: "Pra viver mais leve, eu tiro o rei da barriga".



ALTEREGO: Escrever é o que você acha que faz melhor?
REIFF: Não sei. Gosto escrever. Levo meus textos para o palco até que alguém os leve pra mim. O palco também é um desafio sedutor. Tem toda uma linguagem que não cabe na escrita.

ALTEREGO: Você se diz mímico e músico. Como é isso?
REIFF: Já fui muito apaixonado pela mímica. Eu era moleque e me apresentava no clube de Bebedouro, minha cidade natal. Fazia pequenas esquetes, no meio da boate. Era muito legal. Depois fui estudar com grandes mímicos no SESC, o Claudio Coutinho e a Helena Figueira. Também fiz curso com o Fernando Vieira. Acho a mímica uma coisa mágica, assim como o texto. A gente cria uma viagem pra quem nos assiste.

ALTEREGO: E a música?
REIFF: Eu vejo as pessoas tão apaixonadas pela música que eu fico até sem jeito pra falar como ela é importante pra mim. Eu sempre me surpeendo e me encanto com a boa música. Toco alguns instrumentos musicais, de forma puramente intuitiva. Isso impõe uma limitação, porque ninguém pode tocar bem se valendo apenas da inspiração. Mas não me intimido. Acho que a arte é uma forma de expressão, e a gente só pode lapidar se estiver fazendo.


ALTEREGO: Como você se define.
REIFF: Eu não me defino. Estou em paz com a minha barriga. (risos)Mas, de boa, cada dia que passa eu sei menos quem sou. Gosto de me surpreender. Eu vou me inventando, vida afora.

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